quarta-feira, 17 de julho de 2013

Eu não, é, gosto.


Não gosto de elogios vazios, eles nos mandam pra um mundo que não existe. Não gosto de encher o rosto de maquiagem, isso só serve pra cobrir os detalhes das minhas melhores e piores expressões. Não gosto de café meio quente, não adianta em nada, não aquece ninguém. Não gosto de sentimentos vazios, é uma verdade, crua e dolorosa demais. Não gosto de pente, embaraça mais ainda meu cabelo embaraçado. Não gosto de saudade só, por que ela continua só. Não gosto de uma coberta só, gosto de duas. Uma pra mim, outra pros meus pés. Não gosto de brigar, prefiro discutir razões. A briga me assusta. Não gosto de usar a meia só pra vestir o tenis allstar, gosto de deitar no carro e limpar o vidro com os pés. Não gosto de me sentir só, gosto de me sentir eu. Não gosto de um colar só, gosto de dois. Não gosto de me sentir só, gosto de me sentir seu. Não gosto e não quero a piedade. Quero o natural e sincero. Não gosto de mentiras mornas, gosto de verdades quentes. Não gosto do verão, prefiro o inverno e amo o outono, dias de sol, céu azul, vento no rosto e cachecol no pescoço. Não gosto de roupas justas e poucas, gosto de mistério. Não gosto de vidro fechado, gosto de cabelo bagunçado. Não gosto de ser sua, gosto de ser minha. Não gosto de duas metades, gosto de dois inteiros. Não gosto de ser infantil, nem gosto de ser velha. Gosto de ter olhos de pureza e atitudes de sabedoria. Não gosto de incertezas, mas também não gosto de certezas. Gosto do que me faz buscar o que ninguém acredita ser. Não gosto de declarações de amor em rede social, gosto de recadinhos de guardanapo com afeto. Não gosto de me contentar, gosto do que gosto. Não gosto de comer uma comida por vez, prefiro combinações, explosões de sabores. Não gosto de extravagâncias, gosto do simples. Não gosto do impossível, gosto do possível que ninguém acredita. Não gosto de ingratidão, gosto de valores merecidos. Não gosto do que te agrada, gosto do que nos agrada. Não gosto do convencional, gosto de características, conteúdo. Não gosto de datas, gosto do inesperado. Não gosto de entendimento, gosto de compreensão. Não gosto de atitudes esperadas, pelo contrário. Não gosto do que devo fazer, gosto do que me traz felicidade. É, eu não gosto de muita coisa, que me faz gostar de muita coisa também.

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