domingo, 22 de maio de 2011

Pitanga em Pé de Amora

“Pitanga em Pé de Amora”.
Download integral e gratuito do cd no site www.pitangaempedeamora.com.br

O grupo paulistano Pitanga em Pé de Amora é formado por 4 rapazes e uma moça, idade média 24 anos, com um trabalho 100% autoral. Influenciados por gente do porte de Guinga, Tom Jobim, Chico Buarque e Pixinguinha, os cinco amigos de adolescência, compositores e intérpretes, apresentam um frescor a canção popular com seus instrumentos acústicos. Ângelo Ursini (saxofone, clarinete e flauta), Daniel Altman (violão 7 cordas e voz) e Gabriel Setúbal (trompete, violão e voz) se revezam nas composições do grupo que tem Diego Casas (violão e voz) como letrista oficial. E, Flora Poppovic, além da percussão precisa, principal intérprete, dá o toque feminino à banda com sua linda voz. Os arranjos se resolvem sempre de maneira coletiva – sambas, choros, frevos e canções fazem parte do repertório. A revista Época SP (set/10) elegeu o Pitanga como a “melhor banda nova” e a revista Marie Claire (mar/11) cita o grupo como “ótima promessa da música brasileira”. O cd de estreia, gravado no Espaço Cachuera! no segundo semestre do ano passado, foi disponibilizado na internet assim que ficou pronto – integral e gratuitamente – no site www.pitangaempedeamora.com.br, e continua lá. Sucesso de crítica, a turnê oficial de lançamento do cd se iniciou com show no Auditório Ibirapuera, dia 08 de maio, com casa lotada em pleno Dia das Mães. O Pitanga participou também recentemente de programas de rádio (CBN, Eldorado, Jovem Pan, USP FM, Cultura Brasil, etc.), do programa Sr. Brasil/TV Cultura, de Rolando Boldrin, e do programa Estúdio i (GloboNews).

Pitanga em Pé de Amora

Diego Casas
- violão e voz
Daniel Altman - violão 7 cordas e voz
Ângelo Ursini - saxofone, clarinete e flauta
Gabriel Setúbal - trompete, violão e voz
Flora Poppovic - percussão e voz

terça-feira, 3 de maio de 2011

Silêncio

É esquisito ficar sem fazer nada, sem ouvir nada, sem falar nada, como se a vida dependesse do som. No começo era o verbo, mas antes do começo, havia o silêncio. O silêncio é, portanto, o espaço necessário para a criação.

Porém, parece que o mundo cresce na contramão do silêncio. São centenas de sons que preenchem a vida através do ruído da chuva caindo, de um carro que passa, do dedilhar do teclado, de uma tosse distante, a música que vem de algum lugar, um cão que late, um relógio que pontua as horas num ritmado tic-tac. Sons, risadas, conversas, espaços preenchidos.

Tudo é tão preenchido por sons que ficamos esvaziados de nós mesmos. E inconscientes. Não há silêncio e não há escuta. Enquanto o outro fala nosso ouvido se fecha, nosso diálogo íntimo se estende, nossas respostas prontas aparecem, nossas certezas ocupam o lugar do descobrimento, do deslumbramento.

Com tanto barulho dentro de nós nem enxergamos direito, pois tudo já foi nomeado, decifrado, etiquetado em nossa mente acostumada a rotular, e aí tudo o que brilha nos parece ouro.

Contudo o silêncio não é flamejante, festivo, extrovertido, galanteador. O silêncio é reclusão, é encontro, é escuta. Há que se ouvir o silêncio e se abrir para sua dimensão repleta de espaços vazios. No silêncio é preciso se expandir. Vidas estreitas não cabem na imensidão do silêncio.

Frente ao insulto, calar. Durante o confronto, ouvir. Na raiva, acolher. Em desventura, sorrir. Diante da mudança, mudar. Silêncio, não há coisa mais importante a ser dita. Há uma voz no silêncio que encanta, acalma, acalenta, conforta.

Quem tem o silêncio como um bom companheiro nunca está sozinho, mesmo na mais deserta solidão. Há um conselheiro que habita o silêncio e, sem emitir nenhum som, nos mostra o caminho preciso e nos mantém na jornada.

Só que é preciso ganhar ouvidos especiais para ouvir o silêncio. É preciso calar a mente para ouvir o sussurro da alma, e da presença que a ombreia. Penetrar no sagrado espaço do silêncio é como cair para dentro, deitar na calma, repousar na serenidade.

Experimentar o silêncio é como ter asas que se desdobram, ondulam levemente, se estendem e, suavemente, nos impulsionam ao alto. Perdemos a voz para ganharmos lucidez e, devagarzinho, bem discretamente, nos afastarmos da loucura do cotidiano e penetrar no mistério da vida. E assim, sem mais nem menos, quase sem se notar, finalmente bater asas e voar.