segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tenha coragem de ser FELIZ ...

Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do
talvez é a desilusão de um
"quase".
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me
mata trazendo tudo que
poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda
estuda, quem quase
morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos
dedos, nas chances que se
perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel

por essa bendita mania
de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma
vida morna; ou melhor,
não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor,
está estampada na
distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos
abraços, na indiferença
dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons
motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o
nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não
teria ondas, os dias
seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma,
apenas amplia o
vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas
estejam ao alcance,

para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos
somente paciência, porém,
preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é

desperdiçar a oportunidade
de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros
amores impossíveis,
tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar
alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é
romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,
que o medo impeça de
tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que
planejando, vivendo
que esperando porque, embora quem quase morre esteja
vivo, quem quase
vive... já morreu!

(Luis Fernando Veríssimo)

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